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Banzeiro: no Xingu, indígenas e ribeirinhos se aliam contra invasores

Movimento Xingu Vivo

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A Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, no Pará, é lar ancestral do povo Arara — uma população que, até recentemente, não tinha contato com o homem branco. Seu território foi demarcada em 2016, como parte do pacote de medidas exigidas para construção da usina de Belo Monte. Desde então, o território é alvo de invasões em ritmo crescentes. São pessoas que, estimuladas pela presença da hidrelétrica, tentam se estabelecer na terra indígena. As invasões põem em risco a integridade dos Arara, e provocam impactos ambientais: já há seis anos consecutivos, a Cachoeira Seca é a terra indígena mais desmatada do Brasil.

As invasões a TI Cachoeira Seca, e a luta de indígenas e ribeirinhos para reverter esse quadro são o assunto dessa edição do banzeiro, o podcast do Movimento Xingu Vivo para Sempre. O programa comenta, semanalmente, notícias e histórias relevantes para a população do Médio Xingu. Você pode escutar os episódios anteriores no site do Xingu Vivo ou pelo canal do movimento no Youtube.

No final de 2020, a justiça estabeleceu que a Fundação Nacional do Índio (Funai) tinha 90 dias para apresentar um plano de retirada dos invasores — ou “plano de desintrusão”. Até agora, a Funai não apresentou o documento. De acordo com Cirando Ribeiro, da Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Altamira, essa inação ameaça a própria sobrevivência dos Araram, na medida em que deixa caminho livre para o desmatamento. (ouça a partir de 5min e 23s). “é um povo de coletores e caçadores, de pouco tempo de contato. a floresta é de vital importância para eles”.

Além dos Arara, a terra indígena também é habitada por grupos de ribeirinhos que viviam ali desde antes da demarcação. São aliados dos indígenas — chamados por eles de ocupantes de boa fé. Rigorosamente, os ribeirinhos devem sair da terra indígena. Mas tem direito a ser indenizados e reassentados. Algo que, até agora, o poder público também não fez. De acordo com o cacique Mobodó Arara, a luta de seu povo, hoje, inclui duas demandas centrais: a expulsão dos invasores e o reassentamento adequado de seus aliados ribeirinhos (9 min e 28 seg). “A nossa luta não é para violar os que estão morando na nossa área. As pessoas que estão de boa  e que estão junto com a gente, para resolver a situação. Nós não queremos guerra com ninguém, só queremos direito para todos. Nosso povo está preocupado com o nosso futuro. Não queremos mais ser perseguidos pelo homem branco. Desde o contato, fomos perseguidos até hoje. Nossos direitos não estão sendo respeitados”.

Por isso foi lançada a campanha “Povo Arara – Guardiões do Iriri”, pra pressionar pela solução dos conflitos e garantir os direitos dos arara e dos ribeirinhos ocupantes de boa fé.

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