
Coletivo Vozes de Mães e Familiares do Sistema Socioeducativo e Prisional do Ceará
Fortaleza - CEO Coletivo “Vozes” surge em 2013 nos portões dos centros socioeducativos de Fortaleza Ceará.
Foi criado por mães que perceberam a necessidade de entender as práticas desse sistema, e confrontoar o conceito de socioeducação, tendo em vista as violações de direitos humanos que ocorrem no cumprimento de medidas socioeducacionais.
Outras questões que antecedem a internação, e que estão onipresentes nela, foram se desvelando ao longo de nossa articulação e debates, como o racismo estrutural institucional na política de guerra às drogas e na atuação dos órgãos de segurança pública dentro das periferias.
Essas problemáticas se estendem na migração dos jovens do sistema socioeducativo para o prisional. Por isso, desde 2019, incluímos nas nossas pautas, as discussões sobre das prisões cearenses e a participação das famílias e de pessoas privadas de sua liberdade (os adolescentes pós medidas e osases sobreviventes do sistema prisional).
O lugar de fala das mães e familiares do “Vozes” se constitui, na partilha mútua sobre as vivências e enfrentamentos dos caminhos da internação findando no encarceramento do sistema prisional.
Realizamos ações de acolhimento-fortalecimento e partilhas juntos às mães que visitam unidades de internação. Chamamos essas visitas de , ao qual nomeamos ações de controle social.
Dialogamos com a sociedade civil organizada e autoridades competentes, desde a Vara da Infância e os Núcleos Especializados da Defensoria Pública. Em nosso mover político, compomos a Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado, a Agenda Nacional pelo Desencarceramento e somos um dos Coletivos que articulam a Frente pelo Desencarceramento no Ceará. Temos assento no Conselho Estadual de Diretos HumanosConselho da Comunidade, construímos o Fórum Popular de Segurança Pública, e estamos na Coalizão Nacional pela Socioeducação.
Além da bandeira por garantia de direitos, também carregamos a bandeira por memória, pelos jovens que passaram pelo sistema socioeducativo e prisional e foram assassinados ou vieram a óbito ainda sob a tutela do Estado, sem que fosse efetivada a teórica política de inclusão e reintegração àa sociedade.
Reivindicamos outras práticas metodológicas que resultem em transformações efetivas, buscamos incidir no debate por uma outra justiça que seja mais restaurativa e menos punitiva, apontamos outros caminhos possíveis.
Nossa militância e pautas objetivam a efetivação de outras práticas para além de vigiar e punir.
Cedemos voz e corpo para as histórias silenciadas pelo estado e suas práticas.
Pelo desinternamento e desencarceramento, lutamos.
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