O saldo da pré-COP em Brasília e o destino do lixo na periferia de Salvador
Ainda nessa edição, um giro pelas organizações do terceiro setor

Rafael Ciscati
5 min

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Um clima cordial, “mas com nuvens pesadas no ar”. Na última terça-feira (14), terminou em Brasília a reunião pré-Cop convocada pela presidência brasileira do evento. A intenção era alinhar alguns dos principais pontos que serão debatidos em Belém. Foram dois dias de discussão, do qual participaram representantes de 67 países – muitos deles, ministros e vice-ministros.
Às vésperas de uma Conferência precedida por atritos e dúvidas — em relação ao volume de recursos disponíveis para financiar ações de adaptação e mitigação; e em relação ao valor das hospedagens em Belém, para ficar em apenas duas questões –, o encontro ajudou a sentir o estado de ânimo dos negociadores.
Brasil de Direitos já contou como a COP 29, que aconteceu no Azerbaijão, terminou com muita gente insatisfeita. Na ocasião, discutiu-se uma nova meta global de financiamento. Os países desenvolvidos se comprometeram a contribuir com US$ 300 bi anuais, destinados à implementação de medidas de mitigação (ou seja, de diminuição das emissões de gases estufa) e de adaptação às mudanças do clima.
O valor, muito aquém do que se desejava, deixou fissuras no tecido do multilateralismo climático, segundo nos explicou Miriam Garcia, do WRI.
A COP 30, em Belém, é tributária desse momento ruim. Para piorar, ela acontece num contexto geopolítico adverso, quando os países investem numa corrida armamentista, capaz de drenar recursos que, noutro cenário, talvez fossem destinados à ação climática. “Os países com menos recursos monetários continuam pedindo a garantia de mais dinheiro para proteger sua população de um planeta mais quente e para fazer isso reduzindo a desigualdade e a pobreza. A União Europeia, antes um doador de peso, não quer saber de pôr mais verbas na mesa”, escreve Antunes.
“Ainda não há, também, uma solução para tratar dos temas que não estão na agenda de negociação – entre eles, a questão dos combustíveis fósseis e a da baixa ambição das metas de redução da emissão de gases de efeito estufa que os países estão anunciando neste ano”.
As lixeiras de Salvador
Em Nova Sussuarana, um bairro popular de Salvador onde vivem mais de 12 mil pessoas, não há lixeiras nas ruas. Quem percorre a região depara, quando muito, com sete caçambas, consideradas insuficientes.
O cenário contrasta com aquele verificado em bairros ricos e turísticos da cidade: “Na Avenida Milton Santos, em Ondina, por exemplo, que mede 1,1 km, há 47 lixeiras individuais. Já na rua Professor Sabino Silva, no Jardim Apipema, com seus 1,2 km, são 31 equipamentos, todos de responsabilidade da prefeitura de Salvador, por meio da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb)”, conta a newsletter Entre Becos.
Para Ailton Ferreira, sociólogo e professor da Ufba, essa desigualdade aparentemente trivial entre os bairros (mas que afeta sobremaneira a vida da população) revela como o racismo ambiental opera na cidade.
Defensor(x)s em foco
A Brasil de Direitos, você já sabe, é uma plataforma de notícias sobre direitos humanos construída de forma colaborativa. (Quase) todo mês, nossa equipe editorial se reúne com organizações de defesa de direitos atuantes no Brasil inteiro. São esses grupos que, junto com nossos jornalistas, definem quais serão as pautas publicadas no site.
Nessa seção, a gente faz um giro pelo do trabalho dos parceiro da plataforma 😉
Sistema socioeducativo
No último dia 15, a Coalizão pela Socioeducação se reuniu com parlamentares da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados para alertá-los sobre os prejuízos em potencial da medida. A organização informa que, se aprovada, “proposta pode significar que adolescentes tenham um tempo de privação de liberdade maior do que adultos, responsabilizados pelo Código Penal”
A periferia é fashion


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