Gabz rabiscava as carteiras do colégio. Hoje, seus grafites colorem Belém
Redação Brasil de Direitos
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Na infância, os brinquedos favoritos do paraense Gabriel Monteiro eram uma caneta e uma folha de papel. Não que ele tivesse muitas opções: desenhar era o passatempo disponível a um menino pobre, nascido na periferia de Belém. Os rabiscos lhe ocupavam a imaginação e o tempo.
O hábito se manteve pela vida afora. Na adolescência, ele trocou as folhas de papel pelos tampos das carteiras escolares. “Ficar riscando as coisas era um costume que eu não conseguia abandonar”, diz. Logo, os desenhos de Gabriel ganharam fama entre os colegas. “Um amigo uma vez disse: ‘cara, tu é muito bom. É um monstro”. No colégio, Monstro virou sua alcunha.
Hoje, já na casa dos 20 anos, Gabriel é o Gabz: um dos grafiteiros mais conhecidos do bairro Terra Firme, em Belém. Sua história é tema do quarto episódio da série Papocast. Conduzido pela professora Lilia Melo, o videocast convida jovens de uma periferia de Belém a falar sobre arte, cultura e afeto.
Na conversa, Gabriel conta como o caminho para se descobrir artista teve percalços. Sem apoio da família, ele pensou em abandonar o desenho. “Quando comecei no grafite, minha família não teve uma reação muito boa. Tiveram medo do picho. Faltava conhecimento. Tentei dar um tempo, para evitar conflitos”. A persistência valeu a pena: Gabz já foi indicado a prêmios internacionais. E seus grafites colorem Belém, onde o rapaz se tornou uma referência para meninos mais jovens. “Hoje, minha mãe olha para a cidade de outro jeito. Diz: ‘olha, meu filho passou por aqui’”.
Gabz rabiscava as carteiras do colégio. Hoje, seus grafites colorem Belém
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