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Para repensar a segurança pública

Rafael Ciscati

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As polícias brasileiras estão entre as que mais matam — e as que mais morrem —em todo o mundo. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2018, 11 a cada 100 homicídios registrados no Brasil foram cometidos por policiais. Naquele mesmo ano, 343 policiais foram assassinados — um número alarmante.

O quadro parece ter se agravado durante a pandemia do novo coronavírus. O distanciamento social fez o número de crimes contra o patrimônio diminuir, mas não teve o mesmo efeito sobre a brutalidade policial. Durante a quarentena, o número de pessoas mortas em operações policiais no Rio de Janeiro aumentou. Em São Paulo, cresceu o número de assassinatos cometidos por policiais, em relação ao mesmo período do ano passado.

Conforme os dados se somam, e conforme novas denúncias de agressões policiais chegam ao noticiário, uma questão ganha relevo: é possível ter polícias melhores? Ao longo da última semana, Brasil de Direitos conversou com especialistas em segurança pública, atuantes em movimentos sociais e na academia. O consenso: não há uma fórmula pronta e ideal para reduzir a letalidade policial. A solução passa por maior participação popular nos debates sobre segurança pública — e por mudanças na cultura política brasileira.

Os resultados dessas conversas estão nas matérias abaixo.

>>Como criar polícias melhores
As polícias brasileiras estão entre as que mais matam — e as que mais morrem — no mundo. Denúncias recentes de abusos e execuções apontam para a necessidade de repensar sua atuação

>>Violência policial reflete cultura política, diz estudioso
Segundo sociólogo Ignácio Cano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), há uma “política de extermínio” em voga no Brasil, que privilegia o confronto à investigação

>> O que é: desmilitarização das polícias
As polícias brasileiras são organizações rígidas. Segundo críticos, privilegiam o confronto à investigação. Para eles, é preciso livro-las de sua inspiração militar
 

 

 

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